quinta-feira, julho 12, 2007

...

Um corpo vazio persegue-me há horas, caminho pela baixa e esta estranha sensação, não me deixa da mão. Procuro uma tentativa de fuga, deixar para trás este objecto adesivo, ele continua lá, impávido e sereno, como se tivesse a certeza que era uma questão de tempo até invadir-me e consumir-me até às entranhas. Paro numa esplanada para analisar um pouco este tenebroso mal que me atormenta. Está um dia agradável, o sumo de maracujá está fresquinho, subo por instantes até a um nível de pensamento completamente abstracto, só possível devido às elevadas temperaturas que se fazem sentir. Compro o jornal, e leio o meu horóscopo, é isto, está aqui a resposta que procurava. Este vazio, afinal tem contornos bem definidos, e é visível, não é nada mais que, a Sociedade contemporânea deste país ocidental, que faz definhar os espíritos mais abertos que por ventura procuram algo mais que o consumismo imediato. É preciso algo mais, a alienação não é o caminho, a consciência que os actuais modelos económicos e políticos estão esgotados, para onde caminhamos, não sei. Não sei por onde vou, mas sei que não vou por aí...

Sem comentários: