sexta-feira, setembro 24, 2010

A Caminho de Paris...

Mais uma odisseia que teima em me acompanhar, devido à greve dos franceses, o meu voo foi cancelado. Fui parar a um hotel da Costa da Caparica à espera de um próximo voo, de volta ao aoeroporto, uma grande confusão, lá consigo um voo a partir do Porto para Paris, entretanto passeio pelo Porto até à hora do voo. Esta cidade devia ser a capital de Portugal, o Aeroporto Francisco Sá Carneiro encontra-se no Top a nível europeu, moderno, arejado, organizado, pessoas simpáticas, tem metro até ao aeroporto, nada a ver com a balbúrdia e terceiro mundismo de Lisboa. Bibó ó Porto, carago.

quinta-feira, junho 24, 2010

...

"Dizia o Pai que um homem é o somatório das suas desgraças. Até que um dia pensa que as desgraças se hão-de cansar, mas nessa altura é o tempo a sua desgraça. Uma gaivota planava riscando o espaço suspensa de um arame invisível. Levamos para a eternidade o símbolo da nossa frustração. Aí, dizia o Pai, as asas são maiores, mas quem sabe tocar harpa."
(O Som e a Fúria, William Faulkner, Colecção Mil Folhas, pág. 94)

Dois de Junho de 1910...

"Foi entre as sete e as oito que a sombra dos caixilhos apareceu nos cortinados e eu entrei outra vez no tempo, ao som do despertador. Era do Avô, e quando o Pai mo deu disse dou-te o mausoléu da esperança e do desejo; chega a ser dolorosamente justo que o uses para alcançares o reducto absurdum de toda a experiência humana, que responderá ás tuas necessidades individuais tão bern como respondeu ás do teu avô ou ás do pai dele. Dou-to, não para que te lembres constantemente do tempo, mas para que te possas esquecer dele de vez em quando, sem depois te esfalfares na ânsia de o recuperares. Porque, como ele dizia, nenhuma batalha se pode considerar ganha. Nem sequer travada. O campo de batalha apenas revela ao homem a sua própria loucura e desespero, e a vitória é urna ilusão de filósofos e de loucos.

Estava encostado à caixa dos colarinhos e eu deitado a escutá-lo. Isto é, apenas a ouvi-lo. Não creio que haja alguém que deliberadamente escute um relógio ou um despertador. Nem é preciso. Podemos abstrair-nos do som por largo tempo, e nisto, num segundo de atenção, ele recria na nossa mente o longo período de tempo que não ouvimos. Tal como o Pai dizia que se podia ver Jesus a caminhar nos longos e solitários raios de luz. E o bom São Francisco de Assis, que dizia Irmãzinha Morte, ele que nunca teve uma irmã. "
(O Som e a Fúria, William Faulkner, Colecção Mil Folhas, pág. 69)

sábado, maio 29, 2010

O Feirante...

Depois de uma participação na Feira do Livro de Lisboa, em 2008, seguiu-se mais uma feira, desta vez, a Feira Nacional das Colectividades, em 2009. Agora, surge uma nova participação, na Feira do Livro de Lagoa.

segunda-feira, maio 24, 2010

TROILO E CRÉSSIDA...


Inédita em Portugal, a peça Troilo e Créssida, de William Shakespeare, estreia-se este ano no TMA, numa nova produção do Teatro Municipal de Almada, dirigida por Joaquim Benite e José Martins. Escrita entre 1602 e 1603 – contemporânea de Hamlet, portanto –, a peça foi desprezada até finais do século XIX, sendo-lhe apontados desequilíbrios vários (seria uma comédia ou uma tragédia?) e, até, um recorte escandaloso.


A história do amor arrebatado entre o herói Troilo – o mais jovem dos filhos de Príamo, rei da cidade de Tróia – e a grega Créssida, que tem lugar numa Tróia já sitiada pelos gregos – é apenas uma das linhas que tece esta trama dramática, mais interessada em demonstrar a pusilanimidade do grego Aquiles, cuja recusa em combater custa a Nestor e a Ulisses persuasivos apelos a uma mudança de atitude.

A infidelidade de Créssida – personagem medieval que aqui se intromete –, o apagamento de Troilo e a morte de Heitor às mãos de Aquiles sinalizam a decadência de um mundo heróico, que tocou particularmente os encenadores contemporâneos, desiludidos com um Mundo de guerras e enganos sucessivos.



Estando a rainha moribunda (Isabel I de Inglaterra morreria em 1603), William Shakespeare escreve Troilo e Créssida, peça em que – segundo Peter Ackroyd, autor de Shakespeare/A biografia – «todas as certezas e crenças da vida de corte são tratadas como material para riso e humor negro.

Shakespeare aposta [aqui] em subverter deliberadamente a lenda de Tróia. É uma peça em que as crenças ortodoxas na coragem troiana e na bravura grega são invertidas, revelando uma realidade dura, brutal e hipócrita subjacente às acções de ambos os lados. Os únicos valores são os que o tempo e a moda vendem: vender é aqui a palavra justa, uma vez que todos os valores são mercadorias para comprar e vender no mercado.

Troilo e Créssida é uma comédia selvagem e satírica sobre os temas do amor e da guerra, que trata ambos como falsos e volúveis. [...] As palavras de Shakespeare são magnéticas. Todas as partículas de uma cultura de corte decadente, um mundo decadente de heroísmo e nobreza individuais atravessaram o seu ser»

Avatar 3D...

segunda-feira, abril 05, 2010

Tavira...

Uma das cidades mais bonitas do Algarve, eu fico encantado ao passear por Tavira. Depois uma visita até Cacela Velha, um paraíso perdido na Ria Formosa.
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Restaurantes aconselhados:
O Costa, sítio da Fábrica.  [especialidade: arroz de lingueirão]
Casa Velha, Cacela Velha  [especialidade: ostras da ria formosa]

domingo, março 21, 2010

Dia Mundial da Poesia...

Portugal

Eu tenho vinte e dois anos e tu às vezes fazes-me sentir como se tivesse
oitocentos
Que culpa tive eu que D. Sebastião fosse combater os infiéis ao norte de
África
só porque não podia combater a doença que lhe atacava os órgãos genitais
e nunca mais voltasse
Quase chego a pensar que é tudo uma mentira
que o Infante D. Henrique foi uma invenção do Walt Disney
e o Nuno Álvares Pereira uma reles imitação do Príncipe Valente
Portugal
Não imaginas o tesão que sinto quando ouço o hino nacional
(que os meus egrégios avós me perdoem)
Ontem estive a jogar póker com o velho do Restelo
Anda na consulta externa do Júlio de Matos
Deram-lhe uns electro-choques e está a recuperar
àparte o facto de agora me tentar convencer que nos espera um futuro de
rosas
Portugal
Um dia fechei-me no Mosteiro dos Jerónimos a ver se contraía a febre do
Império
mas a única coisa que consegui apanhar foi um resfriado
Virei a Torre do Tombo do avesso sem lograr uma pérola que fosse
das rosas que Gil Eanes trouxe do Bojador
Portugal
Vou contar-te uma coisa que nunca contei a ninguém
Sabes
Estou loucamente apaixonado por ti
Pergunto a mim mesmo
Como me pude apaixonar por um velho decrépito e idiota como tu
mas que tem o coração doce ainda mais doce que os pastéis de Tentugal
e o corpo cheio de pontos negros para poder espremer à minha vontade
Portugal estás a ouvir-me?
Eu nasci em mil novecentos e cinquenta e sete Salazar estava no poder nada de ressentimentos
um dia bebi vinagre nada de ressentimentos
Portugal
Sabes de que cor são os meus olhos?
São castanhos como os da minha mãe
Portugal
gostava de te beijar muito apaixonadamente
na boca

 
Jorge Sousa Braga

segunda-feira, março 15, 2010

Shutter Island...


O grande mestre Scorcese, dá-nos uma excelente adaptação do livro de Dennis Lehane, para mim um dos grandes autores contemporâneos norte-americanos, a par de Cormac Mc Carthy. Lehane é também autor do excelente Mistic River, adaptado para cinema por Clint Eastwood. É um filme fabuloso que prende a atenção até ao fim. Leonardo DiCaprio está num nível brutal, grande papel.

sexta-feira, fevereiro 26, 2010

A não perder em Portimão...

FESTIVAL AS CIDADES INVISÍVEIS – PONTES DE ISTAMBUL


2010-03-14 a 2010-03-27

A 2ª edição do Festival Cidades Invisíveis, terá como tema a cidade de Istambul que, numa das suas errância mediterrânicas, o viajante Manuel Teixeira Gomes classificou como “confusa, única e nunca descrita Constantinopla”, situada no “coração do mundo”. Um festival de natureza transdisciplinar em que, tomando como tema a cidade do escritor Orhan Pamuk, propõe-se uma programação de música tradicional e contemporânea, dança, teatro, cinema e, como não podia deixar de ser, literatura.

• Exposição de Litografias – Homenagem a Istambul

14 a 27 de Março
Sala de Exposições


• Oficina de Contos e Construção de Marionetas

Conta-me um Turco – Oficina com Manuela Pedroso e Susana Medeiros

14 de Março
16h00 - Sala de Ensaios


• Música
Istanbul Oriental Ensamble

14 de Março
21H30 - Grande Auditório Nuno Mergulhão


• Cinema
Ciclo de Cinema: Travelling Istanbul

Pequeno Auditório
Entrada Livre


• Dança │ Pontes de Istambul: Dervish

18 de Março │ 21H30 - Grande Auditório Nuno Mergulhão


• 15 a 17 Março
Workshop de Dança Derviche

19h00-21h00 - Sala de Ensaios


• Música │ Homenagem a Istambul – Sema e Ensemble

19 de Março │ 23H00 - Café Concerto


• Literatura │ Comunidade de leitores

Istambul de Orhan Pamuk com Alexandra Lucas Coelho

20 de Março │ 17H00 - Café Concerto


• Poesia – Música │ O Carteiro – a partir de poemas de Nâzim Hikmet

GAVETA – Associação Cultural e Pesquisa Teatral

20 de Março │ 22h00 - Café Concerto


• Comemorações do Dia Mundial do Teatro
Histanbul

ŐVŰL AVKIRAN e MUSTAFA AVKIRAN

27 de Março │ 21H30 - Grande Auditório Nuno Mergulhão


TEMPO – Teatro Municipal de Portimão

[TEMPO]. www.teatromunicipaldeportimao.pt/

terça-feira, janeiro 19, 2010

A Estrada...



Após uma terrível catástrofe que arrasou todo o planeta, um pai (Viggo Mortensen) e um filho (Smit-McPhee) tentam sobreviver à destruição. Eles, tal como milhares de sobreviventes, perderam tudo o que tinham, e agora, fazem um percurso sem rumo pela América, por uma estrada seca e árida onde apenas encontram miséria e sofrimento humano. Essa jornada de sobrevivência vai transformar cada um dos intervenientes e só o amor abnegado lhes poderá dar algum conforto.
Um drama realizado por John Hillcoat, adaptado do best seller A Estrada, de Cormac Mccarthy, vencedor do Prémio Pulitzer de 2007.

Fonte: Cinecartaz


A temática deste filme está bastante actual, tendo em linha de conta a situação dramática que ocorre no Haiti, e nos é dado a ver pelas imagens dos telejornais. Em jeito de resumo, uma luta pela sobrevivência, salve-se quem puder.

sexta-feira, janeiro 08, 2010

Auto-Ajuda...


Sinopse

Um convite para nos tornarmos escritores mais criativos e leitores mais atentos. Escrito com paixão, humor e sabedoria, este livro irá inspirar todos os escritores e os amantes da leitura. Um conselho para todos os escritores: Leiam imediatamente este livro!
Muito antes de existirem licenciaturas e workshops de escrita criativa, como aprendia a escrever quem aspirava a tornar-se num escritor? Essencialmente, lendo as obras dos seus antecessores e contemporâneos. Em Ler como Um Escritor, Francine Prose apresenta algumas das ferramentas e truques usados pelos grandes romancistas, como Dostoievski, Flaubert, Kafka ou Dickens, entre muitos outros.
Francine Prose defende que a leitura deve ser lenta e minuciosa. Recorrendo a inúmeros excertos de obras dos seus escritores favoritos, selecciona as palavras, as frases e os parágrafos que transfiguram a linguagem em estilo e que, por isso, devem ser lidos - e saboreados - sem pressa. Como romancista, a autora aprendeu a escrever através da prática, do trabalho árduo, das provações e erros repetidos, do sucesso e insucesso e dos livros que admira.
Escrito com paixão, humor e sabedoria, Ler como Um Escritor inspira os leitores a encarem a leitura com um novo olhar e ajuda leitores apaixonados e potenciais escritores a entenderem como um escritor lê.

Fonte: Wook