Hoje proíbo as rosas de nascerem diante de mim!
Proíbo as deusas de dançarem nos olhos das crianças!
Proíbo os corpos das mulheres de terem outro destino
que a morte!
Sim, proíbo!
E (baixinho,em sonho) aos gritos do mundo
ordeno aos homens
que venham para rua descalços
para sentirem os pés nus
o silêncio da terra
- e o terror de viverem num planeta
onde os fuzilados não ressuscitam,
nem os malmequeres protestam com flores de luto
contra este sol que continua a fabricar primaveras
mecânicas
e este cheiro tão bom a mulheres novas nas árvores com
cio.
José Gomes Ferreira, in Poesia III
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