sexta-feira, dezembro 29, 2006
Babel...
O último filme de Alejandro González Iñárritu, autor de Amores Perros e 21 Gramas, o enredo deste filme passa por quatro histórias que estão interligadas, a acção passa por Marrocos, Japão, Estados Unidos e México. Com Brad Pitt, Cate Blanchett, Mohamed Akhzam, Gael García Bernal. Em última análise, o filme está muito fraquinho, esperava mais.
...
[Cinecartaz]. Cinecartaz
sábado, dezembro 23, 2006
sexta-feira, dezembro 22, 2006
Dia de Natal ...
Hoje é dia de ser bom.
É dia de passar a mão pelo rosto das crianças,
de falar e de ouvir com mavioso tom,
de abraçar toda a gente e de oferecer lembranças.
É dia de pensar nos outros. coitadinhos. nos que padecem,
de lhes darmos coragem para poderem continuar a aceitar a sua miséria,
de perdoar aos nossos inimigos, mesmo aos que não merecem,
de meditar sobre a nossa existência, tão efémera e tão séria.
Comove tanta fraternidade universal.
É só abrir o rádio e logo um coro de anjos,
como se de anjos fosse,
numa toada doce,
de violas e banjos,
Entoa gravemente um hino ao Criador.
E mal se extinguem os clamores plangentes,
a voz do locutor
anuncia o melhor dos detergentes.
De novo a melopeia inunda a Terra e o Céu
e as vozes crescem num fervor patético.
(Vossa Excelência verificou a hora exacta em que o Menino Jesus nasceu?
Não seja estúpido! Compre imediatamente um relógio de pulso antimagnético.)
Torna-se difícil caminhar nas preciosas ruas.
Toda a gente se acotovela, se multiplica em gestos, esfuziante.
Todos participam nas alegrias dos outros como se fossem suas
e fazem adeuses enluvados aos bons amigos que passam mais distante.
Nas lojas, na luxúria das montras e dos escaparates,
com subtis requintes de bom gosto e de engenhosa dinâmica,
cintilam, sob o intenso fluxo de milhares de quilovates,
as belas coisas inúteis de plástico, de metal, de vidro e de cerâmica.
Os olhos acorrem, num alvoroço liquefeito,
ao chamamento voluptuoso dos brilhos e das cores.
É como se tudo aquilo nos dissesse directamente respeito,
como se o Céu olhasse para nós e nos cobrisse de bênçãos e favores.
A Oratória de Bach embruxa a atmosfera do arruamento.
Adivinha-se uma roupagem diáfana a desembrulhar-se no ar.
E a gente, mesmo sem querer, entra no estabelecimento
e compra. louvado seja o Senhor!. o que nunca tinha pensado comprado.
Mas a maior felicidade é a da gente pequena.
Naquela véspera santa
a sua comoção é tanta, tanta, tanta,
que nem dorme serena.
Cada menino
abre um olhinho
na noite incerta
para ver se a aurora
já está desperta.
De manhãzinha,
salta da cama,
corre à cozinha
mesmo em pijama.
Ah!!!!!!!!!!
Na branda macieza
da matutina luz
aguarda-o a surpresa
do Menino Jesus.
Jesus
o doce Jesus,
o mesmo que nasceu na manjedoura,
veio pôr no sapatinho
do Pedrinho
uma metralhadora.
Que alegria
reinou naquela casa em todo o santo dia!
O Pedrinho, estrategicamente escondido atrás das portas,
fuzilava tudo com devastadoras rajadas
e obrigava as criadas
a caírem no chão como se fossem mortas:
Tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá.
Já está!
E fazia-as erguer para de novo matá-las.
E até mesmo a mamã e o sisudo papá
fingiam
que caíam
crivados de balas.
Dia de Confraternização Universal,
Dia de Amor, de Paz, de Felicidade,
de Sonhos e Venturas.
É dia de Natal.
Paz na Terra aos Homens de Boa Vontade.
Glória a Deus nas Alturas.
António Gedeão
É dia de passar a mão pelo rosto das crianças,
de falar e de ouvir com mavioso tom,
de abraçar toda a gente e de oferecer lembranças.
É dia de pensar nos outros. coitadinhos. nos que padecem,
de lhes darmos coragem para poderem continuar a aceitar a sua miséria,
de perdoar aos nossos inimigos, mesmo aos que não merecem,
de meditar sobre a nossa existência, tão efémera e tão séria.
Comove tanta fraternidade universal.
É só abrir o rádio e logo um coro de anjos,
como se de anjos fosse,
numa toada doce,
de violas e banjos,
Entoa gravemente um hino ao Criador.
E mal se extinguem os clamores plangentes,
a voz do locutor
anuncia o melhor dos detergentes.
De novo a melopeia inunda a Terra e o Céu
e as vozes crescem num fervor patético.
(Vossa Excelência verificou a hora exacta em que o Menino Jesus nasceu?
Não seja estúpido! Compre imediatamente um relógio de pulso antimagnético.)
Torna-se difícil caminhar nas preciosas ruas.
Toda a gente se acotovela, se multiplica em gestos, esfuziante.
Todos participam nas alegrias dos outros como se fossem suas
e fazem adeuses enluvados aos bons amigos que passam mais distante.
Nas lojas, na luxúria das montras e dos escaparates,
com subtis requintes de bom gosto e de engenhosa dinâmica,
cintilam, sob o intenso fluxo de milhares de quilovates,
as belas coisas inúteis de plástico, de metal, de vidro e de cerâmica.
Os olhos acorrem, num alvoroço liquefeito,
ao chamamento voluptuoso dos brilhos e das cores.
É como se tudo aquilo nos dissesse directamente respeito,
como se o Céu olhasse para nós e nos cobrisse de bênçãos e favores.
A Oratória de Bach embruxa a atmosfera do arruamento.
Adivinha-se uma roupagem diáfana a desembrulhar-se no ar.
E a gente, mesmo sem querer, entra no estabelecimento
e compra. louvado seja o Senhor!. o que nunca tinha pensado comprado.
Mas a maior felicidade é a da gente pequena.
Naquela véspera santa
a sua comoção é tanta, tanta, tanta,
que nem dorme serena.
Cada menino
abre um olhinho
na noite incerta
para ver se a aurora
já está desperta.
De manhãzinha,
salta da cama,
corre à cozinha
mesmo em pijama.
Ah!!!!!!!!!!
Na branda macieza
da matutina luz
aguarda-o a surpresa
do Menino Jesus.
Jesus
o doce Jesus,
o mesmo que nasceu na manjedoura,
veio pôr no sapatinho
do Pedrinho
uma metralhadora.
Que alegria
reinou naquela casa em todo o santo dia!
O Pedrinho, estrategicamente escondido atrás das portas,
fuzilava tudo com devastadoras rajadas
e obrigava as criadas
a caírem no chão como se fossem mortas:
Tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá.
Já está!
E fazia-as erguer para de novo matá-las.
E até mesmo a mamã e o sisudo papá
fingiam
que caíam
crivados de balas.
Dia de Confraternização Universal,
Dia de Amor, de Paz, de Felicidade,
de Sonhos e Venturas.
É dia de Natal.
Paz na Terra aos Homens de Boa Vontade.
Glória a Deus nas Alturas.
António Gedeão
terça-feira, dezembro 19, 2006
A Ciência dos Sonhos...
Um filme absolutamente fantástico, uma comédia genial, com Gael García Bernal e a filha de Serge Gainsbourg, Charlotte Gainsbourg. O realizador Michel Gondry, faz-nos apelar à nossa imaginação, com um resultado muito conseguido. Há muito tempo tempo que não me ria tanto. Vão até ao King, é obrigatório ver este filme.
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[Cinecartaz]. Cinecartaz
[The Science of Sleep]. The Science of Sleep
segunda-feira, novembro 27, 2006
Mário Cesariny [1923-2006] ...
YOU ARE WELCOME TO ELSINORE
Entre nós e as palavras há metal fundente
entre nós e as palavras há hélices que andam
e podem dar-nos a morte violar-nos tirar
do mais fundo de nós o mais útil segredo
entre nós e as palavras há perfis ardentes
espaços cheios de gente de costas
altas flores venenosas portas por abrir
e escadas e ponteiros e crianças sentadas
à espera do seu tempo e do seu precipício
Ao longo da muralha que habitamos
há palavras de vida há palavras de morte
há palavras imensas, que esperam por nós
e outras, frágeis, que deixaram de esperar
há palavras acesas como barcos
e há palavras homens, palavras que guardam
o seu segredo e a sua posição
Entre nós e as palavras, surdamente,
as mãos e as paredes de Elsenor
E há palavras e nocturnas palavras gemidos
palavras que nos sobem ilegíveis à boca
palavras diamantes palavras nunca escritas
palavras impossíveis de escrever
por não termos connosco cordas de violinos
nem todo o sangue do mundo nem todo o amplexo do ar
e os braços dos amantes escrevem muito alto
muito além do azul onde oxidados morrem
palavras maternais só sombra só soluço
só espasmos só amor só solidão desfeita
Entre nós e as palavras, os emparedados
e entre nós e as palavras, o nosso dever falar
De Pena Capital, 1957
...
Mário Cesariny de Vasconcelos. www.iplb.pt
Entrevista. sol.sapo.pt
quarta-feira, novembro 22, 2006
Quem tem medo de Diamanda Galas ?
Foi ontem, no grande auditório do CCB, Diamanda Galas, iniciou o concerto com o tema My world is empty without you, precisamente uma das minhas músicas favoritas, foi um momento arrepiante. De resto, Diamanda Galas teve uma postura bastante soft, interpretando temas de Johny Cash, Edith Piaf, e do último álbum, que irá ser lançado brevemente. Actualmente, é uma das vozes mais tenebrosas e intrigantes neste planeta.
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[Diamanda Galas]. www.diamandagalas.com
quinta-feira, novembro 09, 2006
quarta-feira, novembro 01, 2006
Marie Antoinette...
Confesso que sou fã da Sofia Coppola, mas este filme desiludiu-me um bocado, esperava mais, acho que está muito simplório. Salva-se a banda sonora.
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[Cinecartaz]. Cinecartaz
sábado, outubro 21, 2006
O que ando a ouvir...
[projecto]. Regina Spektor
[álbum]. Begin to hope
[música]. Better
...
é um grande álbum, com músicas muito boas, e esta miúda tem uma voz brutal...
...
[Regina Spektor]. www.reginaspektor.com
sexta-feira, outubro 20, 2006
sexta-feira, outubro 13, 2006
Testamento
À prostituta mais nova
Do bairro mais velho e escuro,
Deixo os meus brincos, lavrados
Em cristal, límpido e puro...
E àquela virgem esquecida
Rapariga sem ternura,
Sonhando algures uma lenda,
Deixo o meu vestido branco,
O meu vestido de noiva,
Todo tecido de renda...
Este meu rosário antigo
Ofereço-o àquele amigo
Que não acredita em Deus...
E os livros, rosários meus
Das contas de outro sofrer,
São para os homens humildes,
Que nunca souberam ler.
Quanto aos meus poemas loucos,
Esses, que são de dor
Sincera e desordenada...
Esses, que são de esperança,
Desesperada mas firme,
Deixo-os a ti, meu amor...
Para que, na paz da hora,
Em que a minha alma venha
Beijar de longe os teus olhos,
Vás por essa noite fora...
Com passos feitos de lua,
Oferecê-los às crianças
Que encontrares em cada rua...
Alda Lara
Do bairro mais velho e escuro,
Deixo os meus brincos, lavrados
Em cristal, límpido e puro...
E àquela virgem esquecida
Rapariga sem ternura,
Sonhando algures uma lenda,
Deixo o meu vestido branco,
O meu vestido de noiva,
Todo tecido de renda...
Este meu rosário antigo
Ofereço-o àquele amigo
Que não acredita em Deus...
E os livros, rosários meus
Das contas de outro sofrer,
São para os homens humildes,
Que nunca souberam ler.
Quanto aos meus poemas loucos,
Esses, que são de dor
Sincera e desordenada...
Esses, que são de esperança,
Desesperada mas firme,
Deixo-os a ti, meu amor...
Para que, na paz da hora,
Em que a minha alma venha
Beijar de longe os teus olhos,
Vás por essa noite fora...
Com passos feitos de lua,
Oferecê-los às crianças
Que encontrares em cada rua...
Alda Lara
terça-feira, outubro 10, 2006
Livro Aberto ...
O programa de ontem, teve como convidado Eduardo Prado Coelho, confesso que tinha uma ideia totalmente errada de Eduardo Prado Coelho, revelou-se um óptimo conversador e com um refinado sentido de humor. O programa serviu ainda para apresentar o último livro dele, Nacional e Transmissível.
...
[Livro Aberto]. Livro Aberto
...
[Livro Aberto]. Livro Aberto
segunda-feira, outubro 09, 2006
Na Terra dos Sonhos...
Andava eu sem ter onde cair vivo
Fui procurar abrigo nas frases estudadas do senhor doutor
Ai de mim não era nada daquilo que eu queria
Ninguém se compreendia e eu vi que a coisa ia de mal a pior
Na terra dos sonhos, podes ser quem tu és, ninguém te leva a mal
Na terra dos sonhos toda a gente trata a gente toda por igual
Na terra dos sonhos não há pó nas entrelinhas, ninguém se pode enganar
Abre bem os olhos, escuta bem o coração, se é que queres ir para lá morar
Andava eu sózinho a tremer de frio
Fui procurar calor e ternura nos braços de uma mulher
Mas esqueci-me de lhe dar também um pouco de atenção
E a minha solidão não me largou da mão nem um minuto sequer
Na terra dos sonhos, podes ser quem tu és, ninguém te leva a mal
Na terra dos sonhos toda a gente trata a gente toda por igual
Na terra dos sonhos não há pó nas entrelinhas, ninguém se pode enganar
Abre bem os olhos, escuta bem o coração, se é que queres ir para lá morar
Se queres ver o Mundo inteiro à tua altura
Tens de olhar para fora, sem esqueceres que dentro é que é o teu lugar
E se às duas por três vires que perdeste o balanço
Não penses em descanso, está ao teu alcance, tens de o reencontrar
Na terra dos sonhos, podes ser quem tu és, ninguém te leva a mal
Na terra dos sonhos toda a gente trata a gente toda por igual
Na terra dos sonhos não há pó nas entrelinhas, ninguém se pode enganar
Abre bem os olhos, escuta bem o coração, se é que queres ir para lá morar
Jorge Palma
Fui procurar abrigo nas frases estudadas do senhor doutor
Ai de mim não era nada daquilo que eu queria
Ninguém se compreendia e eu vi que a coisa ia de mal a pior
Na terra dos sonhos, podes ser quem tu és, ninguém te leva a mal
Na terra dos sonhos toda a gente trata a gente toda por igual
Na terra dos sonhos não há pó nas entrelinhas, ninguém se pode enganar
Abre bem os olhos, escuta bem o coração, se é que queres ir para lá morar
Andava eu sózinho a tremer de frio
Fui procurar calor e ternura nos braços de uma mulher
Mas esqueci-me de lhe dar também um pouco de atenção
E a minha solidão não me largou da mão nem um minuto sequer
Na terra dos sonhos, podes ser quem tu és, ninguém te leva a mal
Na terra dos sonhos toda a gente trata a gente toda por igual
Na terra dos sonhos não há pó nas entrelinhas, ninguém se pode enganar
Abre bem os olhos, escuta bem o coração, se é que queres ir para lá morar
Se queres ver o Mundo inteiro à tua altura
Tens de olhar para fora, sem esqueceres que dentro é que é o teu lugar
E se às duas por três vires que perdeste o balanço
Não penses em descanso, está ao teu alcance, tens de o reencontrar
Na terra dos sonhos, podes ser quem tu és, ninguém te leva a mal
Na terra dos sonhos toda a gente trata a gente toda por igual
Na terra dos sonhos não há pó nas entrelinhas, ninguém se pode enganar
Abre bem os olhos, escuta bem o coração, se é que queres ir para lá morar
Jorge Palma
quinta-feira, outubro 05, 2006
Aurora...
O que estou a ler...
segunda-feira, outubro 02, 2006
The Pillow Man...
Vão até ao renovado Teatro Maria Matos, é uma peça genial, com momentos inquietantes, mas ao mesmo tempo com uma boa dose de humor. Todas as componentes, texto, cenário são absolutamente fantásticos. Para ver, obrigatoriamente.
...
[Teatro Maria Matos]. Teatro Maria Matos
sábado, setembro 30, 2006
Songs from myself...
Do i contradict myself ?
Very well then i contradict myself.
(I am large, I contain multitudes.)
(Walt Whitman)
Very well then i contradict myself.
(I am large, I contain multitudes.)
(Walt Whitman)
sexta-feira, setembro 29, 2006
Lady in the Water...
Drama, mistério e muita fantasia é o que se encontra no último filme de M. Night Shyamalan (O Sexto Sentido e de A Vila). Os protagonistas são Paul Giamatti, actor de Sideways, e Bryce Dallas Howard, jovem actriz que entrou em Apollo 13. A história de A Senhora da Água foi escrita pelo realizador para os seus filhos. A vida de Cleveland Heep muda quando numa noite conhece uma mulher misteriosa, Story. Esta mulher é uma espécie de ninfa, chamada narf, que mora nas passagens debaixo da piscina no complexo de apartamentos Cove. Story pertence a um épico conto infantil e tem sido perseguida por criaturas malévolas que a impedem de regressar ao seu mundo. Cleveland e os outros inquilinos vão protegê-la, pois descobrem, através dos poderes da ninfa, que os seus destinos estão ligados. Cleveland enfrenta demónios e, com Story, decifra os códigos para acabar com a maldição.
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Texto retirado da revista Sábado.
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Um excelente filme, com um argumento fabuloso, muito divertido.
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[Cinecartaz]. Cinecartaz
quinta-feira, setembro 28, 2006
sábado, setembro 23, 2006
O Assobio da Cobra...
Um musical em cena no São Luiz, bem concebido, divertido, acaba por ser um bom momento de diversão. Excelente conjunto de actores. Para ver.
...
[Guia do Lazer]. Guia do Lazer
segunda-feira, setembro 11, 2006
Volver...
sábado, setembro 09, 2006
Leituras...
A Invenção de Morel tem muitas facetas: É um romance fantástico e um romance de aventuras, mas também uma reflexão em torno das fronteiras da realidade, em torno do amor e da imortalidade. O narrador, um fugitivo, chega a uma ilha que julga deserta. Porém um dia descobre que não está sozinho. Ouvem-se vozes, canções, aparecem e desaparecem pessoas...
E aqui começa o mistério, a alternância entre alucinação e realidade, que o leva a enamorar-se de uma mulher cuja existência é duvidosa. Quando por fim consegue decifrar o enigma, idealiza igualmente a forma de ficar para sempre com a sua amada.
...
[Antígona]. www.antígona.pt
Eu, Tu e Todos os que Conhecemos...
Um filme independente, que já ganhou vários prémios, fiquei absolutamente impressionado, é maravilhoso este trabalho de Miranda July. Para mim, é já, um filme de culto. Espantosa banda sonora.
...
[Cinecartaz]. Cinecartaz
[meandyoumovie]. www.meandyoumovie.com
segunda-feira, agosto 28, 2006
Hoje é o primeiro dia do resto da minha vida...
Prontos, 35 anos de vida, parece muito tempo, questiono-me o que andei a fazer este tempo todo? - muitos desejos, ambições, que faltam cumprir, mas tudo tem o seu momento.
sexta-feira, agosto 25, 2006
Os deuses devem estar loucos...
O sistema solar já não é o que era, Plutão deixou de ser um planeta, foi promovido a planeta anão, manifesto desde já a minha profunda indignação perante este facto, ao que parece consumado. A astronomia já não é o que era, que raio de ideia. Já foi criado no Bombarral, o MLP, Movimento de Libertação de Plutão, pela defesa do nosso sistema solar.
...
[Público]. www.publico.pt
quinta-feira, agosto 24, 2006
Poesia Brasileira ...
"O segredo é não correr atrás das borboletas...
É cuidar do jardim para que elas venham até você."
Mário Quintana
Descobri este poeta brasileiro da cidade de Porto Alegre, estou numa de poesia brasileira, outros autores que me acompanham, Mário de Andrade e Carlos Drummond de Andrade.
É cuidar do jardim para que elas venham até você."
Mário Quintana
Descobri este poeta brasileiro da cidade de Porto Alegre, estou numa de poesia brasileira, outros autores que me acompanham, Mário de Andrade e Carlos Drummond de Andrade.
quarta-feira, agosto 23, 2006
AH! OS RELÓGIOS
Amigos, não consultem os relógios
quando um dia eu me for de vossas vidas
em seus fúteis problemas tão perdidas
que até parecem mais uns necrológios...
Porque o tempo é uma invenção da morte:
não o conhece a vida - a verdadeira -
em que basta um momento de poesia
para nos dar a eternidade inteira.
Inteira, sim, porque essa vida eterna
somente por si mesma é dividida:
não cabe, a cada qual, uma porção.
E os Anjos entreolham-se espantados
quando alguém - ao voltar a si da vida -
acaso lhes indaga que horas são...
Mario Quintana - A Cor do Invisível
quando um dia eu me for de vossas vidas
em seus fúteis problemas tão perdidas
que até parecem mais uns necrológios...
Porque o tempo é uma invenção da morte:
não o conhece a vida - a verdadeira -
em que basta um momento de poesia
para nos dar a eternidade inteira.
Inteira, sim, porque essa vida eterna
somente por si mesma é dividida:
não cabe, a cada qual, uma porção.
E os Anjos entreolham-se espantados
quando alguém - ao voltar a si da vida -
acaso lhes indaga que horas são...
Mario Quintana - A Cor do Invisível
segunda-feira, agosto 21, 2006
Mosteiro de São Vicente de Fora
Este fim de semana decidi visitar o Mosteiro de São Vicente de Fora, apanhei o eléctrico e fiquei mesmo à porta do mosteiro. Entro na igreja, olho cuidadosamente para o altar, é simplesmente deslumbrante. Sento-me por alguns minutos, penso em tudo e mais alguma coisa, está-se bem aqui. Próxima etapa, visitar o mosteiro, fiquei surpreendido, não sabia da existência em Lisboa deste espaço magnifico, demoro-me por largas horas a percorrer todo este mosteiro, subo a torre, a vista é fantástica, sento-me a olhar o rio, vale mesmo a pena visitar o mosteiro.
...
[Mais info]. mosteiro são vicente de fora
segunda-feira, agosto 07, 2006
Romance e cigarros...
Sou um bocado suspeito para falar deste filme, isto porque Jonh Turturro, como actor é genial, normalmente entra nos filmes de Spike Lee e dos irmãos Cohen (Barton Fink, Fargo), aqui surge como realizador, e apesar da crítica não gostar muito do filme, eu adorei este musical, ao mesmo tempo também é uma comédia. O elenco é de luxo, James Gandolfini (Sopranos), Susan Saradon, Kate Winslet.
...
[Cinecartaz] Cinecartaz
domingo, julho 30, 2006
Waiting for Godot...
"Aqueles mesmos gritos de socorro que ainda nos ecoam nos ouvidos foram dirigidos a toda a humanidade. Mas neste local, e neste momento, a humanidade somos nós."
[Teatro Meridional]. www.teatromeridional.net
O que ando a ler...
segunda-feira, julho 24, 2006
Cirurgia Plástica...
A SIC exibiu ontem, uma reportagem no Jornal da Noite, a peça estava excelente e deu para entender muita coisa. Para já, há indíviduos a fazerem plásticas que não tem escrúpulos, miúdas adoslecentes sujeitam-se a cirurgias só porque é moda, o que se passa é que estas miúdas para além de ainda não terem o seu organismo totalmente formado, também a sua personalidade está em processo de construção. Para além destes problemas éticos, que no entender de alguns mestres do bisturi hoje não fazem sentido, fiquei a saber que há três tipos de cirurgias para implantes mamários, dois com anestesia geral, um com anestesia local, que pareceu ser bastante simples, esta anestesia é à base de adrenalina, para evitar hemorragias, o que poderá provocar algumas reações, mas o que interessa é o bem estar proporcionado por estas novas transformações. Bem hajas, silicone.
quinta-feira, julho 13, 2006
As mais recentes aquisições...
O tema viagens faz parte da minha curiosidade, viagem não implica necessariamente uma deslocação no espaço, ou no tempo, pode ser uma conversa, um livro, uma música de que gostámos muito.
[...]
[Fnac] Gonçalo Cadilhe
Marco Polo
domingo, julho 09, 2006
Hard Candy...
Confesso que ía cheio de expectativa em relação a este filme, depois de muitas conversas, que me aconselharam a ir ver, mas no final ficou apenas uma enorme desilusão. O argumento desenrola-se unicamente à volta de um acontecimento, e o filme estende-se eternamente sobre aquele episódio. Não sei qual foi a intenção do realizador, mas a mim não me convenceu. Ou se fica a odiar, ou então gostámos imenso deste filme, preciso de tempo para começar a gostar do que vi.
...
[Cinecartaz].http://cinecartaz.publico.clix.pt/filme.asp?id=152216
segunda-feira, junho 26, 2006
A lula e a baleia...
Um dos melhores filmes nas salas portuguesas, apesar de ser de 2005.
Com um excelente argumento, uma banda sonora em plena conjugação com o filme. Numa palavra, excelente. O site do filme está muito bem concebido, aconselho uma visita.
...
[Cinecartaz]..cinecartaz
[squid and the whale]..www.squidandthewhalemovie.com
O que ando a ler...
sexta-feira, junho 09, 2006
Martirio...
sábado, maio 27, 2006
O Tempo que Resta...
O último filme de François Ozon, talvez o realizador europeu mais interessante neste momento. A banda sonora está a cargo de Arvo Part. Em exibição no El Corte Inglés.
...
[Cinecartaz]. cinecartaz.publico.clix.pt
sexta-feira, maio 26, 2006
A Revolta dos Pastéis de Nata...
O programa de hoje teve como tema o Medo, foi excelente, actualmente a televisão encontra-se totalmente formatada com programas da treta, o que me leva a simplesmente a fazer outras coisas, não há paciência. A Revolta destaca-se no panorama televisivo actual com um conteúdo muito interessante, que desperta a curiosidade, e é criativo.
Falou-se muito no programa de hoje no livro de José Gil, Medo de existir, ainda não li, mas depois disto vou pegar nele.
Quem perdeu o programa de hoje pode vê-lo no sábado ou no domingo, horários disponíveis no blog da revolta.
...
[A Revolta dos Pastéis de Nata]. http://revoltadospasteisdenata.blogspot.com/
Falou-se muito no programa de hoje no livro de José Gil, Medo de existir, ainda não li, mas depois disto vou pegar nele.
Quem perdeu o programa de hoje pode vê-lo no sábado ou no domingo, horários disponíveis no blog da revolta.
...
[A Revolta dos Pastéis de Nata]. http://revoltadospasteisdenata.blogspot.com/
quinta-feira, maio 25, 2006
I love India...
Num destes dias desloquei-me a uma loja de telemoveis, propriedade de um indiano. Tinha um objectivo, desbloquear o telemovel, entro na loja e o simpático indiano trata-me do assunto com um grande profissionalismo, entreguei o telemovel, fiquei com um cartãozinho com o anúncio de todos os serviços prestados, e passado algumas horas passei lá e estava tudo arranjado, fiquei radiante. Qualquer tuga contemporâneo deseja ter o telemovel desbloquedo. Estes seres que não são aliengenas, prestam serviços essenciais para o desenvolvimento do país. Do quê que temos medo? Eles já estão totalmente implantados na nossa sociedade, já não é só a venda de flores, a India hoje em dia é um dos maiores exportadores de massa cinzenta, eles dominam a alta tecnologia, e é bom nós sabermos aproveitarmos essa nova realidade.
domingo, maio 21, 2006
Amparanoia...
Vou ouvindo estas coisas, um som muito divertido, bons ventos que chegam de espanha...
[Amparanoia]. www.amparanoia.com
sábado, maio 20, 2006
Nouvelle Vague...
Esta é a música que vou ouvir este verão, clássicos dos anos 80, o que é certo é que já não se faz música como antigamente, ó tempo volta para trás.
...E se o 1º álbum lançado em 2004 foi uma grata surpresa, não poderia ser diferente com 'Bande à Part' do grupo "Nouvelle Vague". Aqui o núcleo formado pelos multi-instrumentistas e produtores 'Marc Collins' e 'Oliver Libaus', mantém a fórmula de recriar músicas de artistas variados. Se antes os laureados foram 'joy Division', 'The Clash', 'The Cure'... Agora é a vez do 'Echo & The Bunnymen', 'Bauhaus', 'New Order'...
A dupla convida cantores (a maioria mulheres, mas há uma linda voz masculina de 'Gerald Toto'), muitos dos quais nem conhecem a versão original, e regravam clássicos da cena Gótica, Punk e New Wave com um estilo banquinho & violão da Bossa Nova (uma das cantoras é a carioca 'Eloisia'; há uma novaiorquina e 6 francesas). Vale salientar a presença da cantora 'Camille' com dois álbuns lançados 'Le sac de filles' e 'Le fil'.
...
destaco estas, dizem-me alguma coisa:
Nouvelle Vague - Love Will Tear Us Apart ('Joy Division', canta 'Eloisia')
Nouvelle Vague - The Killing Moon ('Echo', canta 'Melanie')
Nouvelle Vague - Bela Lugosi's Dead ('Bauhaus', canta 'Phoebe')
sábado, maio 13, 2006
Infiltrado...
Já vi e gostei, Jodie Foster está no seu melhor, é simplesmente brilhante. Gostei do desenrolar do filme, consegue surpreender com um final inesperado, mas que me agradou muito. Não sei porquê.
...
Infiltrado [Cinecartaz]. cinecartaz.publico.clix.pt
domingo, maio 07, 2006
lisboetas ...
Um documentário que nos deixa a pensar, de facto há uma realidade que nos morde os calcanhares, e não podemos esconder. Há uma cidade que nos passa despercebida, mas quem por vezes passa por aquelas zonas, Martim Moniz, Almirante Reis, Praça do Chile, uma viagem pela linha verde do metropolitano e damos conta que há uma Lisboa diferente para além do El Corte Inglés, Avenida de Roma, ou o famoso Colombo. Este cenário como nos relata o filme tem por vezes situações caricatas, mas também mostra o drama humano, vivido por esta gente. Recomendo vivamente, em exibição no Nimas.
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lisboetas [Cinecartaz]. cinecartaz.publico.clix.pt
O que ando a ler...
Comecei a ler, e pretendo acabar com ele o mais cedo possível, até estabeleci um plano de leitura, oh!!! meu deus. Na minha lista de espera está Longe de Manaus, de Francisco José Viegas, já li um bocado, e falta um pouco para chegar ao fim.
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Margarita e o mestre [Mil Folhas]. Mil Folhas
quarta-feira, abril 26, 2006
Tsotsi...
Um excelente filme, o óscar de melhor filme estrangeiro é muito merecido. Este filme é sem dúvida um dos mais interessantes actualmente em exibição.
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Tsotsi [Cinecartaz]. cinecartaz.publico.clix.pt
Tsotsi . http://www.tsotsi.com/
Tsotsi [IMDB] . http://www.imdb.com/title/tt0468565/
Tsotsi [Movies.com]. Tsotsi
terça-feira, abril 25, 2006
Sylvia...
Sylvia Plath e Ted Hughes, dois dos mais brilhantes autores do século XX, viveram uma história trágica de amor. Conheceram-se em Cambridge e o filme segue as suas vidas desde aí até ao casamento e sua posterior degradação, que os conduzirá a uma espiral de violência, amargura e infidelidade. No meio de toda a infelicidade, Sylvia consegue encontrar inspiração para escrever os seus mais extraordinários textos. Gwyneth Paltrow excelente no papel de Sylvia.
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Sylvia [Movies.com]. Sylvia
Sylvia [IMDB]. Sylvia
V de Vingança...
Excelente filme sobre o poder totalitário, em que V tenta destruir o parlamento, parece-me uma boa ideia, acabar de vez com o parlamento, mas quando todos os deputados estiverem presentes. Bum !!!
A banda sonora é muito boa, eu gostei imenso do filme.
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V de Vingança [Cinecartaz]. cinecartaz.publico.clix.pt
V de Vingança . http://vforvendetta.warnerbros.com/
V de Vingança [IMDB] . http://www.imdb.com/title/tt0434409/
V de Vingança [Movies.com]. Movies.com
segunda-feira, abril 24, 2006
25 de Abril...
A formiga no carreiro
vinha em sentido contrário
Caiu ao Tejo
ao pé de um septuagenário
Lerpou trepou às tábuas
que flutuavam nas águas
e do cimo de uma delas
virou-se para o formigueiro
mudem de rumo
já lá vem outro carreiro
A formiga no carreiro
vinha em sentido diferente
caiu à rua
no meio de toda a gente
buliu abriu as gâmbeas
para trepar às varandas
e do cimo de uma delas
...
A formiga no carreiro
andava à roda da vida
caiu em cima
de uma espinhela caída
furou furou à brava
numa cova que ali estava
e do cimo de uma delas
vinha em sentido contrário
Caiu ao Tejo
ao pé de um septuagenário
Lerpou trepou às tábuas
que flutuavam nas águas
e do cimo de uma delas
virou-se para o formigueiro
mudem de rumo
já lá vem outro carreiro
A formiga no carreiro
vinha em sentido diferente
caiu à rua
no meio de toda a gente
buliu abriu as gâmbeas
para trepar às varandas
e do cimo de uma delas
...
A formiga no carreiro
andava à roda da vida
caiu em cima
de uma espinhela caída
furou furou à brava
numa cova que ali estava
e do cimo de uma delas
sábado, abril 22, 2006
My dreams are made of water...
Ando a ouvir repetidamente Ute Lemper, mais concretamente a música Tango Ballad, do álbum Punishing Kiss. Simplesmente um excelente álbum, pena que esta senhora não passe por Portugal nos próximos tempos.
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Ute Lemper. www.utelemper.com
quinta-feira, abril 20, 2006
Não quero acreditar...
Saio à rua, e como de costume páro em frente ao quiosque, para ler as manchetes, fico indignado com as capas de Visão e Sábado, mas o que é isto?
Cederam à tentação do caminho fácil, somente para vender mais uns exemplares.
Quem é este rapazinho, que justifica estas capas, isto é um fenómeno. Penso que estas revistas devem ser uma referência, para quem procura estar informado, e aprender alguma coisa. Mas não, seguindo o rumo do 24 Horas, a malta curte é os Morangos com Açúcar, e vai disto. Deve existir outro Portugal para além das novelas da TVI, e era isto que se pedia a estas revistas.
Nota: recomendo o último número da National Geographic, uma reportagem sobre a energia nuclear, agora que o preço do petróleo não pára de aumentar, é preciso pensar em outras formas de energia, não que eu seja fã do nuclear, mas é urgente fazer qualquer coisa.
O princípio de qualquer coisa...
Terrível acto de sofrimento, só digo merda, enfim, foram estas as suas ultimas palavras. Hahhahhah- estou a morrer, e ninguém me ajuda. É o fim. Em busca de melhores dias, parto em direcção ao Algarve. Mais uma viagem, mais uma corrida. Quem me dera poder ler a tua mente, já sei o teu número da sorte. Está tudo bem, podes dormir em paz. Vou virar tudo de pernas para o ar. Se ficar parado um segundo, rebento, não consigo controlar isto. Preciso de resolver umas coisas, não devo abusar da pouca sorte. Era uma vez uma história já velha, de terror e ódio. A minha memória parou no tempo, o que aqui se passou merece ser contado. Jesus está velho e cansado, ninguém lhe liga nenhuma, quer salvar o mundo e os homens, mas nada parece resultar. O homem acredita que pode viver todo o tempo do mundo, errando, com uma estupidez infinita. Sempre as mesmas perguntas, há respostas para tudo - dizem. É muito tempo, já se passou cento e trinta anos. Fiquei a pensar no que poderia ter feito neste tempo todo, nunca tive disponibilidade de tempo. Vivi deslumbrado, na altura eu tinha um fascínio pela vida. Sempre à espera de alguma coisa. Eu queria mais. As prioridades iniciais tinham ficado para segundo plano. Eu tinha um contrato. O meu lado católico, tornou-me numa pessoa com a capacidade de perdoar mesmo a quem não merece, chama-se a isso bondade. Pela tua saúde. Queremos controlar o destino, esquece tudo o que sabes, o insucesso. O essencial da história de uma pessoa passa sempre ao lado, aquilo que não se disse. De repente há intrusos na minha vida, que percebem qual é o espírito. Há alguma coisa que faz a diferença, as minhas qualidades não são tão comuns quanto isso. A verdadeira história nunca poderá ser contada. È importante saber alguns episódios. O que aconteceu tem simplesmente com o facto de ter pecado. Preciso de aprender o “pai nosso” o mais rapidamente possível. Vai ser um momento decisivo, para furar a barreira da ignorância. É a minha marca pessoal perder tempo com projectos que nunca vão para a frente.
quinta-feira, abril 06, 2006
Liberdade...
Ai que prazer
Não cumprir um dever,
Ter um livro para ler
E não o fazer!
Ler é maçada,
Estudar é nada.
O Sol doira
Sem literatura.
O rio corre bem ou mal,
sem edição original.
E a brisa, essa,
De tão naturalmente matinal,
Como tem tempo não tem pressa...
Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.
Quanto é melhor, quando há bruma,
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!
Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol, que peca
Só quando, em vez de criar, seca.
O mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças
Nem consta que tivesse biblioteca...
Não cumprir um dever,
Ter um livro para ler
E não o fazer!
Ler é maçada,
Estudar é nada.
O Sol doira
Sem literatura.
O rio corre bem ou mal,
sem edição original.
E a brisa, essa,
De tão naturalmente matinal,
Como tem tempo não tem pressa...
Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.
Quanto é melhor, quando há bruma,
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!
Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol, que peca
Só quando, em vez de criar, seca.
O mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças
Nem consta que tivesse biblioteca...
Fernando Pessoa (1888 - 1935)
in "Poesias", Lisboa, Ática, 1952 (Colecção Poesia)
in "Poesias", Lisboa, Ática, 1952 (Colecção Poesia)
Cat Power - The Greatest
terça-feira, abril 04, 2006
Um homem na lua...
"Andas muito distraído" - estou a ouvir isto com muita frequência. Não poderá isso querer dizer, simplesmente, que não dou importância e, consequentemente, atenção às mesmas coisas que o comum dos mortais? Lá por não reparar no mesmo, não significa que não repare em nada, não senhor...
sexta-feira, março 31, 2006
From Japan...
Dare mo shiranai (Nobody Knows) já está em exibição no King. Finalmente... Realizado por Hirokazu Koreeda, conta com a participação de Yûya Yagira, que venceu o prémio para o melhor actor do Festival de Cannes de 2004 com apenas catorze anos.
...
Dare mo shiranai . http://www.lhp.com.sg/nobodyknows/
Dare mo shiranai . www.ifcfilms.com/nobody
Dare mo shiranai [IMDB] . http://www.imdb.com/title/tt0408664/
Ninguém Sabe [Cinecartaz] . cinecartaz.publico.clix.pt
Man Man . http://www.wearemanman.com/
...
Dare mo shiranai . http://www.lhp.com.sg/nobodyknows/
Dare mo shiranai . www.ifcfilms.com/nobody
Dare mo shiranai [IMDB] . http://www.imdb.com/title/tt0408664/
Ninguém Sabe [Cinecartaz] . cinecartaz.publico.clix.pt
Man Man . http://www.wearemanman.com/
quinta-feira, março 30, 2006
MONSIEUR GAINSBOURG ...
Um disco de homenagem a Serge Gainsbourg, com participações de Tricky, Portishead, Cat Power, entre outros. Eu gosto bastante do Monsieur Gainsbourg, aliás uma das minhas músicas favoritas de todos os tempos é Bonnie and Clyde, que infelizmente não se encontra neste álbum.
Mais info:..Fnac.pt
allmusic
quarta-feira, março 29, 2006
Match Point...
Um excelente filme de Woody Allen, em que um gajo com muita sorte safa-se sempre. De facto não é o mérito, o profissionalismo, que determinam o sucesso das nossas vidas, às vezes há momentos de sorte, não estamos à espera e as oportunidades perdem-se. A sorte é um factor que não consigo definir, o que é a sorte afinal? Falta sempre qualquer coisa, que podia ter acontecido, ah!!! foi por pouco, mas o que é que se passa comigo, que falta de sorte.
Mais informações sobre o filme: Cinecartaz
Matchpoint.com
Trailer do filme:..Movies.com
quarta-feira, março 22, 2006
Um dia perfeitamente normal ...
Um dia de chuva, saio à rua, sem guarda chuva, com a leve esperança que o tempo melhore. Porém algo me diz que me vou lixar, coisas do tempo. Começo a descer a calçada, e a chuva é mais que muita, fico todo encharcado, a rua parece um rio, à medida que os carros passam, espirram a água para cima de mim. Enquanto esperava por melhores dias, abrigado por um pequeno toldo que me protegia do diluvio, era impossível escapar a uma molha das antigas, são Pedro, porquê ?
Do outro lado da rua, um velho já habituado a estas coisas, está estrategicamente colocado, e nem uma gota de chuva o atinge. Como invejo esta sabedoria, a qual seria muito útil no dia de hoje.
A tarde passa num instante, anoitece. Desço a rua, chego à praça. Dois bêbados discutem que estátua é aquela. Eh pá, parece o Camões. Continuo a andar, corro pela rua Garret abaixo. Apetece-me correr. Um gajo, que nota-se que não joga com o baralho todo, olha para um jipe de luxo, e diz: - não tirei o curso, agora levo no Cu. Entro nos armazéns do Chiado, bebo um café. É tempo de regressar a casa. A Brasileira está fechada, um pequeno anúncio diz que alguém faleceu. O chinês toca bossa nova, a audiência aplaude. Malditos alarmes, não se pode ouvir música em paz.
Sá Pinto sofre cartão amarelo, já tem idade para ter juízo.
Reparo na quantidade de salões de cabeleireiro, que há na minha zona. O salão Miguel, só para homens, barba e cabelo. O salão Elegante, para as senhoras finas aqui do bairro. Penso com isto tudo, que está na altura de cortar o cabelo. Sofro do mal que atinge muita gente, quando corto o cabelo, nunca fica como eu quero.
Do outro lado da rua, um velho já habituado a estas coisas, está estrategicamente colocado, e nem uma gota de chuva o atinge. Como invejo esta sabedoria, a qual seria muito útil no dia de hoje.
A tarde passa num instante, anoitece. Desço a rua, chego à praça. Dois bêbados discutem que estátua é aquela. Eh pá, parece o Camões. Continuo a andar, corro pela rua Garret abaixo. Apetece-me correr. Um gajo, que nota-se que não joga com o baralho todo, olha para um jipe de luxo, e diz: - não tirei o curso, agora levo no Cu. Entro nos armazéns do Chiado, bebo um café. É tempo de regressar a casa. A Brasileira está fechada, um pequeno anúncio diz que alguém faleceu. O chinês toca bossa nova, a audiência aplaude. Malditos alarmes, não se pode ouvir música em paz.
Sá Pinto sofre cartão amarelo, já tem idade para ter juízo.
Reparo na quantidade de salões de cabeleireiro, que há na minha zona. O salão Miguel, só para homens, barba e cabelo. O salão Elegante, para as senhoras finas aqui do bairro. Penso com isto tudo, que está na altura de cortar o cabelo. Sofro do mal que atinge muita gente, quando corto o cabelo, nunca fica como eu quero.
terça-feira, março 21, 2006
Dia mundial da poesia III ...
Viver sempre também cansa
As paisagens não se transformam
Não cai neve vermelha
Não há flores que voem,
A lua não tem olhos
Ninguém vai pintar olhos à lua
Tudo é igual, mecânico e exacto
Ainda por cima os homens são os homens
Soluçam, bebem riem e digerem
sem imaginação.
E há bairros miseráveis sempre os mesmos
discursos do cavaco, sócrates e jerónimo
guerras, orgulhos em transe
automóveis de corrida...
E obrigam-me a viver até à morte!
Pois não era mais humano
Morrer por um bocadinho
De vez em quando
E recomeçar depois
Achando tudo mais novo?
Ah! Se eu podesse suicidar-me por seis meses
Morrer em cima dum divã
Com a cabeça sobre uma almofada
Confiante e sereno por saber
Que tu velavas, meu amor do norte.
Quando viessem perguntar por mim
Havias de dizer com teu sorriso
Onde arde um coração em melodia
Matou-se esta manhã
Agora não o vou ressuscitar
Por uma bagatela
José Gomes Ferreira (com uma pequena actualização minha :-)
As paisagens não se transformam
Não cai neve vermelha
Não há flores que voem,
A lua não tem olhos
Ninguém vai pintar olhos à lua
Tudo é igual, mecânico e exacto
Ainda por cima os homens são os homens
Soluçam, bebem riem e digerem
sem imaginação.
E há bairros miseráveis sempre os mesmos
discursos do cavaco, sócrates e jerónimo
guerras, orgulhos em transe
automóveis de corrida...
E obrigam-me a viver até à morte!
Pois não era mais humano
Morrer por um bocadinho
De vez em quando
E recomeçar depois
Achando tudo mais novo?
Ah! Se eu podesse suicidar-me por seis meses
Morrer em cima dum divã
Com a cabeça sobre uma almofada
Confiante e sereno por saber
Que tu velavas, meu amor do norte.
Quando viessem perguntar por mim
Havias de dizer com teu sorriso
Onde arde um coração em melodia
Matou-se esta manhã
Agora não o vou ressuscitar
Por uma bagatela
José Gomes Ferreira (com uma pequena actualização minha :-)
Dia mundial da poesia II ...
Devia morrer-se de outra maneira.
Transformarmo-nos em fumo, por exemplo.
Ou em nuvens.
Quando nos sentíssemos cansados, fartos do mesmo sol
a fingir de novo todas as manhãs, convocaríamos
os amigos mais íntimos com um cartão de convite
para o ritual do Grande Desfazer: "Fulano de tal comunica
a V. Exa. que vai transformar-se em nuvem hoje
às 9 horas. Traje de passeio".
E então, solenemente, com passos de reter tempo, fatos
escuros, olhos de lua de cerimónia, viríamos todos assistir
a despedida.
Apertos de mãos quentes. Ternura de calafrio.
"Adeus! Adeus!"
E, pouco a pouco, devagarinho, sem sofrimento,
numa lassidão de arrancar raízes...
(primeiro, os olhos... em seguida, os lábios... depois os cabelos... )
a carne, em vez de apodrecer, começaria a transfigurar-se
em fumo... tão leve... tão subtil... tão pòlen...
como aquela nuvem além (vêem?) — nesta tarde de outono
ainda tocada por um vento de lábios azuis...
José Gomes Ferreira
Transformarmo-nos em fumo, por exemplo.
Ou em nuvens.
Quando nos sentíssemos cansados, fartos do mesmo sol
a fingir de novo todas as manhãs, convocaríamos
os amigos mais íntimos com um cartão de convite
para o ritual do Grande Desfazer: "Fulano de tal comunica
a V. Exa. que vai transformar-se em nuvem hoje
às 9 horas. Traje de passeio".
E então, solenemente, com passos de reter tempo, fatos
escuros, olhos de lua de cerimónia, viríamos todos assistir
a despedida.
Apertos de mãos quentes. Ternura de calafrio.
"Adeus! Adeus!"
E, pouco a pouco, devagarinho, sem sofrimento,
numa lassidão de arrancar raízes...
(primeiro, os olhos... em seguida, os lábios... depois os cabelos... )
a carne, em vez de apodrecer, começaria a transfigurar-se
em fumo... tão leve... tão subtil... tão pòlen...
como aquela nuvem além (vêem?) — nesta tarde de outono
ainda tocada por um vento de lábios azuis...
José Gomes Ferreira
Dia mundial da poesia ...
Hoje proíbo as rosas de nascerem diante de mim!
Proíbo as deusas de dançarem nos olhos das crianças!
Proíbo os corpos das mulheres de terem outro destino
que a morte!
Sim, proíbo!
E (baixinho,em sonho) aos gritos do mundo
ordeno aos homens
que venham para rua descalços
para sentirem os pés nus
o silêncio da terra
- e o terror de viverem num planeta
onde os fuzilados não ressuscitam,
nem os malmequeres protestam com flores de luto
contra este sol que continua a fabricar primaveras
mecânicas
e este cheiro tão bom a mulheres novas nas árvores com
cio.
José Gomes Ferreira, in Poesia III
Proíbo as deusas de dançarem nos olhos das crianças!
Proíbo os corpos das mulheres de terem outro destino
que a morte!
Sim, proíbo!
E (baixinho,em sonho) aos gritos do mundo
ordeno aos homens
que venham para rua descalços
para sentirem os pés nus
o silêncio da terra
- e o terror de viverem num planeta
onde os fuzilados não ressuscitam,
nem os malmequeres protestam com flores de luto
contra este sol que continua a fabricar primaveras
mecânicas
e este cheiro tão bom a mulheres novas nas árvores com
cio.
José Gomes Ferreira, in Poesia III
sábado, março 18, 2006
Eu quero ver isto...
Breakfast on pluto é um filme de 2005, um história de um rapaz especial, com alguns problemas.
Mais info.movies.com
Desabafos...
Um dia deixará de haver telemóveis, computadores, não precisaremos de ciência.
Os gatos terão asas, e comerão os pombos, essas ratazanas espaciais.
Todos os meus desejos serão realizados.
Não importa ter perdido as chaves de casa, há tantas maneiras de entrar em casa.
A primeira coisa a fazer é ter vontade de mudar, adivinho que nunca aprenderei com os meus erros. O que é que eu posso fazer ?
Apesar de todos termos sonhos, uns tem os pés na terra, outros a cabeça na lua.
Todas as decisões levam tempo, mas quero correr, correr à frente do tempo.
Compreendo que pretendo atingir o impossível, tudo o que é possível torna-se fácil. Afinal, basta apenas pressionar a tecla amarela.
Os gatos terão asas, e comerão os pombos, essas ratazanas espaciais.
Todos os meus desejos serão realizados.
Não importa ter perdido as chaves de casa, há tantas maneiras de entrar em casa.
A primeira coisa a fazer é ter vontade de mudar, adivinho que nunca aprenderei com os meus erros. O que é que eu posso fazer ?
Apesar de todos termos sonhos, uns tem os pés na terra, outros a cabeça na lua.
Todas as decisões levam tempo, mas quero correr, correr à frente do tempo.
Compreendo que pretendo atingir o impossível, tudo o que é possível torna-se fácil. Afinal, basta apenas pressionar a tecla amarela.
quarta-feira, março 15, 2006
Melancolia ...
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